Principal serviço de inteligência do país segue sem diretor-geral
A Abin foi a última a contar com um grupo nomeado para a transição no novo governo | Foto: Divulgação |
O Agência Brasileira de Inteligência (Abin), principal serviço do sistema de inteligência do Brasil, está sem diretor-geral desde 1º de janeiro, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo.
O desdém pelo setor de inteligência do governo federal ficou evidente no período que antecedeu a mudança de governo. A Abin foi a última a ter um grupo indicado para a transição. Entre eles estavam o delegado da Polícia Federal (PF) Andrei Augusto Passos Rodrigues – indicado pelo diretor-geral da PF – e o agente corporativo e pesquisador Vladimir de Paula Brito, especialista em banco de dados e inteligência estadual.
A agência estava sob a tutela do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para o qual foi indicado o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, que coordenou a segurança de Lula durante a campanha eleitoral. Dias indicou Saulo Moura da Cunha, que estava lotado no Japão, como futuro diretor da Abin, mas seu nome ainda não havia sido analisado - por isso foi nomeado CEO. As outras placas permaneceram como estavam.
O novo governo não tinha funcionários no principal serviço de inteligência do país. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, com exceção de Saul, os demais conselhos não foram nomeados e, para não ficarem vagos, os diretores que ocupavam os cargos não poderiam ser exonerados. Já na primeira semana de Lula, 84 cargos foram eliminados da agência, e os funcionários da agência souberam da indicação de Saul no Diário Oficial.
Esse desmonte deixou o órgão sem equipes formadas para antecipar manifestações e fornecer informações relevantes à polícia para evitar protestos como o ocorrido no domingo, 8.
Fonte: revistaoeste