Renúncia do general Júlio César de Arruda ocorre em meio a 'crise de confiança' do governo nas Forças Armadas
Lula e Júlio Cesar de Arruda romperam relações | Foto: Divulgação/Presidência da República |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou o chefe do Exército, general Júlio César de Arruda. A decisão foi comunicada aos militares neste sábado, 21. A medida ocorre em meio a uma "crise de confiança" do governo nas Forças Armadas.
Arruda estava no Exército desde 28 de dezembro, antes da posse do PT. A renúncia seria aprovada por "falta de vontade" do general em tomar medidas para diminuir a desconfiança de Lula em alguns militares. A crise se intensificou após atos de vandalismo registrados em Brasília no domingo, 8
Em 12 de janeiro, o presidente culpou os militares, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso pelas consequências da invasão do Palácio do Planalto. “Tenho convicção de que as portas do palácio do Planalto foram abertas para essas pessoas entrarem porque não vi a porta de entrada arrombada”, afirmou.
O alto comando do Exército, formado por generais de quatro estrelas, reuniu-se neste sábado para discutir a exoneração de Arruda.
No visor do MPF
Na terça-feira, 17, o Ministério Público Federal acolheu a denúncia criminal contra Arruda. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. O general é acusado de omissão por não ter desmobilizado o acampamento em frente ao quartel-general em todo o país.
A denúncia foi feita por Luciene Cavalcante (Psol-SP), vice-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Luciene assumirá a presidência este ano. Segundo o denunciante, houve "falta de determinação" do então chefe do Exército em desmobilizar os acampamentos que teriam servido de abrigo aos manifestantes que invadiram o quartel-general dos Três Poderes.
No evento, o parlamentar mencionou uma "barreira" montada por soldados do Exército para proteger o acampamento de atos de vandalismo durante a noite. “Depoimentos à Polícia Federal mostram que o acampamento do Distrito Federal foi estratégico para o golpe”, afirma Luciene. “Nesse sentido, é urgente apurar relatos que expliquem o envolvimento, seja por ação ou omissão, do alto comando militar”.
Informações: revistaoeste