No discurso de sexta-feira, o presidente também defendeu o fim da 'judicialização da política'
Lula se reuniu na manhã desta sexta-feira, 27, com os governadores | Foto: Ricardo Stuckert |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião ocorrida na manhã desta sexta-feira, 27, com os governadores de 26 estados e do Distrito Federal, defendeu a pacificação dessa política e declarou que manteria um relacionamento civilizado e institucional relação com o eleitorado estadual, independentemente da vertente política.
Petista disse que orientou ministros a adotarem o mesmo procedimento e informarem governadores e deputados quando visitarem os estados. Segundo ele, o comportamento "civilizado" dos políticos poderia influenciar a população, que frequentemente intimidava deputados, membros do Executivo e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"É importante que transformemos a política em uma arte civilizada. Afinal, isso é o mais importante que podemos dar ao povo brasileiro: é acabar com a ofensa que muita gente sofre no aeroporto, é acabar com a ofensa que muita gente sofre no shopping, é acabar com a ofensa que muita gente sofre no restaurante”, declarou Lula no encontro, cuja primeira parte foi aberta à imprensa e transmitida nas redes sociais oficiais do presidente.
"O Brasil não era assim. Não éramos inimigos; éramos simplesmente adversários e isso deve se repetir no país. Esse é um dos papéis que acho que posso cumprir: tornar a política brasileira mais civilizada”, acrescentou o PT.
Em seu discurso de abertura, Lula também falou sobre a crescente judicialização da política, fenômeno que acompanhou praticamente todo o governo de seu antecessor. Sem conseguir vitórias em negociações ou votações, os partidos de esquerda - a oposição a Jair Bolsonaro - têm recorrido muitas vezes ao Judiciário para garantir a superioridade de seus cargos.
Agora no governo, Lula quer que a política seja feita na esfera política sem transferir tudo para o judiciário. “Devemos muito ao Judiciário. Estamos perdendo alguma coisa no Congresso Nacional, ao invés de aceitar as regras do jogo democrático que a maioria ganha e a minoria faz o que foi aprovado, recorremos a outra instância para ver se podemos ganhar. Temos que parar com essa forma de fazer política”, disse Lula.
Fonte: revistaoeste