Marcos do Val revelou a informação em entrevista ao Oeste Sem Filtro, programa da Revista Oeste
Devido ao ataque contra às instituições públicas, os policiais tiveram de fazer um esquema de 'rede', puxando inocentes e culpados, para estancar a crise, segundo o senador | Foto: Reprodução/Rumble |
O presidente Lula estava ciente do risco de ataques à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A afirmação é do senador Marcos do Val (Podemos-ES), em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, exibido nesta segunda-feira, 16. O vandalismo contra os três poderes ocorreu no dia 8 de janeiro, quando manifestantes atacaram e destruíram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
“O presidente da República Lula, ciente da situação, saiu de Brasília para evitar uma tragédia que poderia levar à morte de pessoas”, revelou Do Val. “Ele queria que a oposição se autodestruísse.
Segundo o MP, um petista soube da possibilidade de ataque por meio de mensagens de WhatsApp no sábado, 7, véspera da invasão. "O que o procurador-geral estaria fazendo sozinho, no Ministério da Justiça e Segurança Pública, numa tarde de domingo em recesso do Congresso?" perguntou Do Val, lembrando que Dino, ministro do ministério, também sabia da possibilidade de ataques. “Dino disse que abriu a janela, viu a bagunça e escreveu para o governador.
O senador pediu à Secretaria de Segurança Constitucional cópia de documentos que comprovassem que Lula e Dino já sabiam da possibilidade de uma invasão. Agora o MP pede o afastamento e prisão de Dino. Na semana passada, o serviço de inteligência do Brasil anunciou que havia alertado o governo há dias sobre o risco dos atos ocorridos na Esplanada.
“Na carta que Dino enviou ao governador do DF, Ibaneis Rocha [MDB], o ministro garante que acionaria a Força Nacional caso fosse necessário”, explicou Do Val. “No entanto, depois de tudo o que aconteceu, Dino disse a alguns repórteres que só poderia acionar a Força Nacional se houvesse uma intervenção federal.
"Janela quebrada"
Durante a entrevista, o senador citou um estudo chamado "Os efeitos da janela quebrada", de um policial americano, para explicar o que aconteceu no dia 8 de janeiro. “Quando ouvimos o som de uma janela quebrada, sentimos que um determinado lugar está vazio e deserto”, disse Do Val. "Assim entendemos que podemos quebrar janelas. Este é o efeito manada. Todos fazem as mesmas coisas.”
Segundo o deputado, havia dois grupos entre as pessoas que destruíram os Três Poderes: os que filmaram "inocentemente" e os que ficaram na grama "sem entender o que estava acontecendo".
"Não se pode dizer que toda a direita é anarquista", disse o senador. "Já foi estabelecido que foi um pequeno número de pessoas que realmente cometeu atos de vandalismo." O deputado quer pedir o indiciamento de Lula pelo crime de sonegação — quando um funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício em benefício próprio.
8 de janeiro
Devido ao ataque contra instituições públicas, a polícia teve que criar um plano de "rede" de prender inocentes e culpados para conter a crise, segundo o senador. “Os agentes colocaram todos em alguns ônibus e começaram a procurar um lugar para separar o 'joio do trigo'”, disse Do Val. “Os policiais passaram em frente ao quartel e sentaram os manifestantes que estavam ali para embarcar no ônibus. Essas pessoas saíram inocentemente pensando que seriam levadas para a rodoviária."
A essa altura, disse o senador, os agentes lembraram que a Academia da Polícia Federal era o único local que teria capacidade para desembarcar os manifestantes e fazer a "separação" em poucas horas. Entretanto, isso não aconteceu. Segundo o MP, porém, os agentes pediram a ajuda dos próprios familiares para enviar colchões aos detentos.
O leitor pode assistir a entrevista completa deste link.
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Fonte: revistaoeste