Em sua primeira viagem internacional, o presidente se encontrará com Nicolás Maduro e Miguel Díaz-Canel
O presidente Lula desembarcou na Argentina na noite de domingo 22 | Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula |
Em sua primeira viagem internacional oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja se reunir com ex-aliados da esquerda na América Latina. Entre eles está o ditador venezuelano Nicolás Maduro. Lula desembarcou na Argentina no domingo, dia 22. O PT ficará em solo argentino até amanhã. No dia seguinte cumprirá a agenda no Uruguai. No total, Lula terá cinco encontros bilaterais.
Na terça-feira, dia 24, ele participará da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Lula formalizará o retorno do Brasil ao bloco, que o governo de Jair Bolsonaro deixou, em 2019.
Ele também terá conversas bilaterais. Uma delas será com o ditador venezuelano. A relação da Venezuela com o Mercosul, bloco do qual o país vizinho foi expulso em 2016, deve ser discutida com Maduro.
Além de Maduro, Lula também deve se encontrar com o ditador cubano Miguel Díaz-Canel e com a vice-presidente argentina Cristina Kirchner.
Lula viajou à Argentina acompanhado de seis de seus 37 ministros. Entre eles, Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Itamaraty) e Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência). Os ministros Nísia Trindade (Saúde), Paulo Pimenta (Secretária de Comunicação Social) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) também completam a lista, além da primeira-dama Janja.
A Celac foi criada pelos socialistas em 2010
A organização de esquerda foi criada pelo então ditador venezuelano Hugo Chávez com a participação de todos os governantes socialistas da região, inclusive Lula. Em 2019, o governo de Jair Bolsonaro anunciou oficialmente a saída da CELAC, que excluiu os Estados Unidos e o Canadá de sua composição e incluiu – sem nenhuma oposição pública – as ditaduras de Cuba, Nicarágua e a própria Venezuela. Um total de 33 países fazem parte da organização.
O governo Lula decidiu voltar à Celac. Em nota publicada em 5 de janeiro, o Itamaraty disse que "parceiros extrarregionais com os quais a Celac mantém diálogo regular", como União Européia, Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), União Africana, China e Índia, tiveram sido informado da reentrada.
O ministério também informou que o Brasil esteve diretamente envolvido na criação da Celac ao convocar e sediar a primeira edição da cúpula na Costa do Sauípe, Bahia, em 2008. Ainda de acordo com a nota, a organização de esquerda tem em sua agenda temas como “segurança alimentar e energética, saúde, inclusão social, desenvolvimento sustentável, transformação digital e infraestrutura para integração”.
"O retorno do Brasil à Comunidade Latino-Americana de Estados é um passo indispensável para a nova composição de nosso patrimônio diplomático e a plena reintegração do país à comunidade internacional", concluiu o Itamaraty.
Fonte: revistaoeste