Posse de Lula inclui críticas ao governo Bolsonaro e ignora erros do passado

Durante o discurso, Petista disse que revogaria o teto de gastos e facilitaria o porte de armas.

Posse de Lula – Foto: Reprodução
Posse de Lula – Foto: Reprodução

Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente da República na tarde deste domingo, 1º. Embora tenha voltado ao poder após uma eleição acirrada, optou por fazer um discurso atacando o governo anterior.

Sem citar um único avanço no governo de Jair Bolsonaro, Lula disse que revogaria o teto de gastos e os decretos que facilitavam a posse de armas de fogo no país, que classificou como criminosas. Petista teve a oportunidade de ver adversários que se inspiraram no fascismo e prometeram puni-los “com a lei e suas mais duras consequências”. Em seu discurso, ele elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal e da Justiça Eleitoral.

O político também citou o relatório provisório do gabinete. O documento omite, por exemplo, a retomada do crescimento econômico do país e o arrefecimento da inflação antes mesmo das eleições de 2022.

Omissão do passado


Ele também escondeu os erros cometidos em mandatos anteriores na presidência e os erros da sucessora que indicou: Dilma Rousseff. Entre outros escândalos, os governos do PT foram marcados pelo Mensalão e Petrolão, o maior esquema de corrupção da história brasileira.

As consequências da investigação do Petrolão levaram à prisão de Lula em 2018, tornando-o inelegível. Um candidato do PT só poderia concorrer à presidência novamente após o STF suspender as penas aplicadas nas condenações.

Ao final do governo Dilma, o Brasil enfrentava uma crise econômica, política e moral sem precedentes. O legado maldito do PT deixou milhões de desempregados, falta de controle sobre os gastos e recessão econômica.

Cerimônia de posse de Lula


Por volta das 14h30, teve início o cortejo em carro aberto para a posse de Lula em seu terceiro mandato à frente da Presidência da República. Além das esposas dos dois políticos, Geraldo Alckmin (vice-presidente) estava sentado no modelo de carro Rolls-Royce.

No trajeto, a viatura era acompanhada por cerca de 20 policiais federais que completaram o trajeto a pé. A população assistiu por trás das barreiras de segurança.

A dupla subiu à rampa do Congresso na companhia dos presidentes do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Além disso, apoiadores como Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e chefes de estado de outros países, como o presidente argentino Alberto Fernández, o aguardavam no plenário. Antes da execução do hino nacional, os presentes fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Pelé e ao Papa Bento XVI, falecido na última semana de 2022.

"Declaro aberta a sessão solene do Congresso Nacional para aceitação do compromisso constitucional e posse do Excelentíssimo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e do Excelentíssimo Vice-Presidente da República Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho", disse . Pacheco abre vagas.

O deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE), 1º secretário da Câmara, leu a data da posse de Lula. Nas eleições de 2018, presidiu o extinto PSL — partido que levou Bolsonaro à presidência da república naquele ano.

Cerimônia para assinatura do termo de posse de Lula na presidência da República – 01/01/2023 | Foto: Reprodução/Agência Senado
Cerimônia para assinatura do termo de posse de Lula na presidência da República – 01/01/2023 | Foto: Reprodução/Agência Senado

A mesa para a assinatura da posse também foi composta por August Aras, Procurador-Geral da República e Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Faixa presidencial


Jair Bolsonaro, o ex-presidente, e seu vice, Hamilton Mourão, não compareceram à cerimônia de hoje. Em sua ausência, Lula recebeu a faixa presidencial de um grupo de eleitores: cinco homens — entre eles o Cacique Raoni, um menino e um menino com dificuldade de locomoção — e duas mulheres. Segundo os organizadores, a eleição deveria representar a população do país.

Em discurso no Parlatório, ocorrido já com a faixa presidencial, Lula chamou de golpe o impeachment que tirou Dilma e o PT do poder em 2016.

Embora tenha falado em "governança para todos", Lula voltou a criticar o governo anterior. Ele também chamou parte dos apoiadores do ex-presidente de "minoria radical e antidemocrática".

Por fim, Lula recebeu cumprimentos de chefes de Estado de outros países. A lista inclui Gabriel Boric (Chile), Alberto Fernández (Argentina) e Dina Boluarte (Peru). Os três são militantes de partidos ligados ao Foro de São Paulo, a maior organização de esquerda da América Latina.




Fonte: revistaoeste

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