O atentado aconteceu na madrugada desta segunda-feira 20, em Brasília
Cordeiro mora no no Setor de Mansões do Park Way | Foto: Divulgação/Arquivo pessoal |
Sem-terra invadiram área próxima a um apartamento em Brasília na madrugada desta segunda-feira, 20 de junho, e agrediram moradores. O imóvel está localizado no Setor de Mansões do Park Way, no Distrito Federal.
Josivaldo Alves Cordeiro, proprietário de um dos lotes, foi agredido após pedir a saída dos assaltantes. Após vários golpes dos pistoleiros, ele quebrou o nariz. A Polícia Militar (PM) deteve os agressores, que assinaram o termo de responsabilidade e foram liberados.
Os Sem-Terra chamam a onda de invasões nessa época do ano de "Carnaval Vermelho". A Frente Nacional de Luta do Campo e das Cidades (FNL), liderada por José Rainha, ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizou mais de uma centena de invasões nesse período. Na semana passada, por exemplo, o grupo atacou fazendas nos municípios de Marabá Paulista, Sandovalina, Presidente Venceslau e Rosana.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) ordenou que os combatentes da FNL deixassem as terras que invadiram na zona oeste de São Paulo. O grupo tem cinco dias para cumprir a liminar da juíza Viviane Cristina Parizotto Ferreira.
O terreno invadido pelos sem-terra, em Brasília | Foto: Divulgação/Arquivo pessoal |
Aprosoja reage
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo (Aprosoja) se manifestou contra as invasões de terras na zona oeste paulista. A organização informou que condena "a violência, a relativização do direito de propriedade, a destruição de bens e a barbárie de práticas criminosas que há muito deveriam ser coisas do passado".
Além disso, a Aprosoja exige que as autoridades paulistas “atuem de forma firme e contundente no sentido de desmobilizar as invasões e criminalizar as lideranças e demais envolvidos nesses atos que violam o Estado Democrático de Direito”. Por fim, a associação acredita que "crime, desordem e agitação" podem levar o país ao caos.
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu também se manifestou contra a invasão das fazendas da FNL. Os produtores rurais estão "exigindo respeito" e pedindo às autoridades federais e estaduais que resolvam a situação, segundo o grupo. “Que o judiciário cumpra seu papel de garantir o direito à propriedade privada e trate com celeridade os fatos”, afirmou em nota.
Invasão caindo
Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), foram registradas 11 invasões de fazendas no país em 2021. No ano anterior, eram apenas seis. Em 2019, sete. Esses são os menores números verificados desde 1995, quando o Incra começou a organizar as estatísticas.
Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os sem-terra invadiram quase 2.500 fazendas. Os primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva registraram cerca de 2.000 invasões entre 2003 e 2010. Já na era Dilma Rousseff (PT), ocorreram menos de mil crimes desse tipo. Os números mostram que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está ainda melhor do que o de Michel Temer (MDB), que durou de agosto de 2016 a dezembro de 2018. Nesse período, foram 54 invasões em que o emedebista esteve em no comando do Planalto, enquanto nos últimos quase quatro anos não foram mais de 15.
Fonte: revistaoeste