O pagamento suspenso por Paul Câmara foi de mais de R$ 189 milhões
O governo assumiu as dívidas de financiamento contraídas pela Odebrecht no BNB | Foto: Reprodução/TV Globo |
O novo presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Paulo Câmara, já havia suspendido os pagamentos à instituição financeira quando ainda era chefe do poder executivo pernambucano.
Os pagamentos suspensos pela Câmara em 2016 chegaram a R$ 189 milhões. Os valores referem-se a empréstimos que a Odebrecht obteve para financiar a construção da Arena Pernambuco.
Segundo julgamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), o governo estadual reconheceu uma dívida total de mais de R$ 237 milhões à concessionária (com data inicial de maio de 2016). O governo assumiu as dívidas financeiras contraídas pela Odebrecht no BNB.
O valor de R$ 189 milhões foi utilizado para pagar, por meio de depósito em conta vinculada ao BNB, os juros e amortizações do saldo devedor do empréstimo da Arena de Pernambuco com o banco. O prazo era de 15 anos. Já o montante de R$ 47 milhões foi destinado ao estádio, também a ser pago, por meio de depósito em conta vinculada ao BNB, pelo prazo de 14 anos.
No entanto, após a rescisão premiada da empreiteira aprovada em 2017, o governo de Pernambuco deixou de pagar o empréstimo do Banco do Nordeste.
O governo baseou sua posição em uma série de decisões monocráticas preventivas emitidas pelos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. O Banco do Nordeste apresentou diversas reclamações ao Tribunal de Contas contra decisões monocráticas preventivas. No entanto, ele não conseguiu revertê-los.
O banco também protestou contra a revogação da decisão do TCE-PE, que favorecia a direção da Câmara, mas não conseguiu alterar a suspensão do pagamento dos empréstimos. Nas últimas decisões, o TCE-PE informou que aguarda a conclusão de auditoria especial para emitir parecer final.
Câmara foi nomeado presidente do BNB na quarta-feira, 29, após aprovação do conselho de administração da entidade financeira. Em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo Câmara disse que defenderia a instituição em todas as áreas e afirmou não haver conflito de interesses em relação ao caso.
Fonte: revistaoeste