Na campanha eleitoral de 2022, o Partido Liberal teve que retirar um anúncio que mencionava o PT e o ditador venezuelano.
Nicolás Maduro e Luiz Inácio Lula da Silva se cumprimentam, em Brasília | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Em pleno segundo turno da campanha presidencial de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que o Partido Liberal (PL) retiraria do ar a propaganda que vinculava o então candidato do PT Luiz Inácio Lula da. Silva ao ditador Nicolás Maduro da Venezuela. No entendimento da Justiça Eleitoral, houve abuso da liberdade de expressão.
“Existe a validade jurídica do pedido de suspensão da veiculação do anúncio impugnado”, disse o desembargador Paulo Tarso Sanseverino em trecho da decisão contra o PL. “Porque os limites da liberdade de expressão foram ultrapassados, porque é uma propaganda que não atende às normas constitucionais e legais, o que justifica o procedimento punitivo desta Justiça Especializada”, continuou a autarquia, que deixou os ministros suplentes do TSE mês passado.
Naquela época, o PL tinha Jair Bolsonaro como candidato à reeleição como presidente da república. O anúncio - que foi derrubado pela Justiça Eleitoral - dizia que Lula e o PT mantinham laços estreitos com os ditadores. Além de mencionar Maduro, o anúncio citava o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Caso descumprisse a ordem judicial, a coligação de Bolsonaro teria de pagar multa diária de R$ 100 mil.
Reunião de Maduro com Lula
Militares brasileiros batem continência para o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, na Base Aérea de Brasília – 28/5/2023 | Foto: Divulgação/Nicolás Maduro |
Meses depois que o tribunal eleitoral do Brasil proibiu qualquer menção ao relacionamento de Maduro e Lula, os dois políticos se encontraram. Na manhã desta segunda-feira, dia 29, o ditador venezuelano desembarcou em Brasília. Como chefe de Estado, recebeu uma saudação dos militares e depois subiu a rampa do Palácio do Planalto junto com o PT.
Maduro, a quem Lula recebeu, é procurado pelos Estados Unidos. Atualmente, o Departamento de Estado dos EUA está oferecendo US$ 15 milhões para quem fornecer informações que levem à captura do político venezuelano.
Fonte: revistaoeste