Ex-GSI de Lula falsificou relatório de 8 de janeiro, informa jornal

O general Gonçalves Dias teria retirado do documento registros de que foi informado do risco de invasão das sedes dos Três Poderes


O general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI | Foto: José Cruz/Agência Brasil

O general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do GSI | Foto: José Cruz/Agência Brasil


O general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe da Autoridade de Segurança Institucional (GSI) do governo Luiz Inácio Lula da Silva, adulterou um dos relatórios de inteligência enviados ao Congresso na manifestação de 8 de janeiro em Brasília. A informação foi publicada pelo jornal O Globo nesta quarta-feira, 31.

O serviço de inteligência brasileiro (Abin) preparou dois relatórios sobre o episódio. A comparação desse material mostra que Dias teria retirado de um dos documentos os registros de que havia sido informado dos riscos de uma invasão à sede dos Três Poderes.

Os deputados que tiveram acesso ao material falsificado descobriram que o documento não mostrava os onze alertas que o ex-ministro-chefe do GSI recebeu no telemóvel entre 6 e 8 de janeiro. O relatório foi encaminhado à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional e assinado pelo vice-diretor de Dias, Saulo Moura da Cunha.

Alertas enviados ao ex-ministro do GSI Lula


Mais de mil pessoas foram denunciadas por participação nas manifestações do 8 de janeiro | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Mais de mil pessoas foram denunciadas por participação nas manifestações do 8 de janeiro | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As advertências constam em outra versão do mesmo documento que a Abin entregou à CCAI no dia 8 de maio. A primeira versão foi enviada ao Congresso a pedido da CCAI, enquanto a segunda foi enviada a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o município atendeu ao pedido do Ministério Público do Estado.

Na segunda versão do documento, assinada pelo atual vice-diretor da Abin, Alessandro Moretti, são enviados 11 alertas para o celular de Dias. Esses relatórios mostraram claramente "o risco de ações violentas contra prédios públicos e autoridades".

“Destacamos o apelo dos organizadores da caravana para o deslocamento dos manifestantes com acesso a armas e a aparente intenção de invadir o Congresso Nacional”, diz trecho do documento enviado em 6 de janeiro às 19h40. "Outros prédios da Esplanada dos Ministérios podem ser alvo de ações violentas."

No dia seguinte, um novo alarme: no dia 8 de janeiro, oito ônibus de outros estados chegarão ao Brasil para reforçar o acampamento em frente ao quartel-general do Exército. “Existem chamadas contínuas para ações violentas e tentativas de ocupação de prédios públicos, principalmente na Esplanada dos Ministérios”, aponta. Mas não termina aí. Dias recebeu outra mensagem, desta vez no dia 8 de janeiro, informando que uma centena de ônibus já havia chegado a Brasília.

Desde então, o ex-ministro de Lula afirma não ter sido informado sobre o vandalismo na sede dos Três Poderes. Em razão da manipulação do documento, o sujeito deve administrar os trabalhos da CPMI no dia 8 de janeiro.


Fonte: revistaoeste

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