Estadão: Por que Juscelino ainda é ministro?

Juscelino Filho está envolvido em uma dezena de situações ilegais e imorais


O então deputado federal Juscelino Filho, ao lado de Lula, depois de ser indicado ministro das Comunicações | Foto: Ricardo Stuckert/PT
O então deputado federal Juscelino Filho, ao lado de Lula, depois de ser indicado ministro das Comunicações | Foto: Ricardo Stuckert/PT

Em editorial publicado na edição desta terça-feira, 6, o Estadão defendeu veementemente a renúncia do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. O ministro, que já se envolveu em quase uma dezena de situações imorais e ilegais, foi classificado como o mais recente "trapaceiro", segundo o jornal, ao permitir que o sogro, o empresário Fernando Fialh, enviasse uma remessa diretamente de seu gabinete no Ministério das Comunicações.

Sem cargo no governo e sem experiência na área de telecomunicações, a presença de um sogro no gabinete do ministério é no mínimo questionável. Ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ex-secretário de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar do Maranhão, o sogro de Juscelino responde criminalmente por desvio de R$ 4,9 milhões de recursos públicos maranhenses. “Mas diante do interesse público, mesmo que a reputação do empresário fosse ilibada, sua presença no ministério já seria totalmente irregular”, diz o Estadão.

Com essa discrepância adicional, a presença do ministro na linha de frente torna-se insustentável, pois "brotam por todos os lados evidências de que Juscelino está usando descaradamente sua posição na linha de frente do governo para zelar por seus interesses particulares".

Editorial cita viagens oficiais do ministro para participar de leilões de cavalos em São Paulo; omissão de bens Justiça Eleitoral; pagamento de salários aos funcionários de seus imóveis com recursos da Câmara dos Deputados; usando recursos orçamentários secretos para pavimentar uma estrada que dá acesso às suas fazendas no Maranhão.

"A facilitação do lobby ilegal por parte do sogro, como se vê, é apenas a mais recente afronta do ministro aos princípios republicanos", enfatiza o jornal, acrescentando que se continuar no cargo, "Juscelino poderá para mostrar ao chefe que ele pode superar os limites de sua própria indecência."

Ao final do editorial, o Estadão afirma que mesmo os "interesses políticos ocasionais" que levaram Lulu a indicar "um deputado obscuro para chefiar uma das pastas mais importantes da Esplanada" não se justificam. Tecnicamente, o ministro não está qualificado para a pasta de telecomunicações e não há ganho político, já que a União Brasil do ministro não vota no Congresso. "Isso significa que não há explicação plausível, e isso justifica todos os tipos de explicações."


Fonte: revistaoeste

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